Tuesday, September 3, 2013

Acampamento de adolescentes "Trilhando nos passos de Jesus"



Já virou tradição. No mês de julho é hora de fazer o acampamento de adolescentes da Casa Semear! Como nos anos anteriores, expectativa ansiosa e uma impaciente espera tomaram conta dos adolescentes. Boas experiências e acontecimentos do último acampamento foram relembradas e contadas repetidas vezes, enquanto os adolescentes mais novos, que participariam pela primeira vez este ano, ouviam atentamente, e com um brilho nos olhos, as histórias sobre jogos noturnos na floresta, a ponte bamba feita de cordas, que atravessam o rio, e a água gelada da piscina.



E este ano, mais uma vez, tivemos cinco dias maravilhosos na floresta com bastante sol, um grupo muito unido e divertido de adolescentes e uma equipe bem grande (15 pessoas!). O nosso MUITO OBRIGADO a todos os voluntários que nos ajudaram a realizar mais este acampamento! Este ano, o tema era “Trilhando nos passos de Jesus” e junto com os adolescentes estudamos várias parábolas sobre o Reino de Deus, salvação, arrependimento e perdão, hipocrisia e fé verdadeira e, por fim, sermos sal e luz no nosso mundo. Principalmente durante os estudos bíblicos em pequenos grupos tivemos boas conversas e oportunidades ótimas para explicar aos adolescentes o que exatamente significa viver a sua vida com Jesus. Durante essa semana, vários adolescentes demonstraram o desejo de viver a sua vida com Deus e foi muito especial ver Deus trabalhando nos seus corações. Como é gratificante poder levá-los a crescerem um pouquinho mais no seu entendimento da vida planejada por Deus, e na descoberta de quem Deus é e o que Ele faz neste mundo!




As regras do jogo

Imaginem participar de uma brincadeira sem saber as regras do jogo, pior ainda, pensar que conhece as regras, mas não ter ideia de que as regras são outras. Decidimos que, para ensinarmos a parábola do bom samaritano, a última brincadeira do acampamento, precisaríamos mexer um pouco com a cabeça das crianças. Bolamos uma brincadeira, na qual teriam de encontrar um tio que teria um cartão com a respectiva cor de cada grupo. Pelo menos foi isso que dissemos para eles. Nosso plano, porém, era que não haveria nenhum tio carregando um cartão, e sim tios fantasiados de “canibais” (em várias brincadeiras noturnas, havia tios com o rosto pintado de preto para dificultar a execução das tarefas, esses são os “canibais”), que estariam machucados, jogados pelo caminho pedindo por ajuda.




Começa a brincadeira e cada grupo de crianças, acompanhado de um tio, sai em busca do tio com o seu cartão. As trilhas pela mata, que agora já são bem conhecidas pelas crianças, vão sendo percorridas pelos passos apressados e pelos olhares atentos de cada uma delas. Estratégias são traçadas e a esperança de ganhar a brincadeira aumenta a cada trecho passado. Depois de muito andar, o grupo ‘verde’ encontra um “canibal” machucado, pedindo por ajuda. A reação é de surpresa. Duas crianças logo vão em direção do “canibal” para ajudá-lo. Outras crianças começam os questionamentos: “Você tem o cartão de qual cor?”. Ao ouvir que o “canibal” não tem nenhum cartão, as considerações ficam interessantes: “Ele está aqui para nos atrapalhar”; “você está machucado, mesmo?”; “vamos embora, precisamos achar o cartão”.

Sim, o “canibal” foi deixado para trás. Um pouco adiante as crianças do grupo ‘verde’ começam a ouvir os outros dois grupos comemorando, e percebem que perderam a brincadeira. Eles voltam decepcionados. Chegando lá, as crianças notam que os outros dois grupos não têm cartões. Não havia tios com cartões, mas havia alguém pedindo por ajuda! Ter ajudado o “canibal” levou os outros dois grupos a ganhar a “brincadeira”, enquanto o grupo ‘verde’, tão preocupado com a brincadeira, deixou o “canibal” para trás, e perdeu.


Vocês não imaginam a dificuldade que essas crianças tiveram para entender que a brincadeira que eles pensavam existir, na verdade, não existia. Como foi difícil fazê-las perceber que não importa qual seja a “brincadeira”, existem coisas que estão acima das “regras”. Não somos tão diferentes dessas crianças. É-nos dito, a todo tempo e em todo lugar, que o “jogo da vida” tem a ver com estudar, ter um bom emprego, fazer sucesso, se aposentar e morrer. Quando outras questões aparecem no meio do caminho, achamos que elas atrapalham a “brincadeira”. Tão preocupados com o jogo, acabamos perdendo, pois não damos atenção para o que é mais importante: a vida. Não a nossa vida, mas a vida dos outros, daqueles que clamam por ajuda, daqueles que estão largados pelo caminho, daqueles que estão fora do “jogo”. Ganhamos a “brincadeira”, mas perdemos a vida. Chegaremos ao fim, só para ouvirmos que a regra do “jogo” não era essa que pensávamos ser, que na verdade não havia “jogo”, só havia a responsabilidade de ser humano, de prezar pela vida dos que estão morrendo. Será que ganharemos o jogo e perderemos a vida?




Deus abençoe vocês!


Equipe da Casa Semear








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